quinta-feira, 18 de novembro de 2010

e que azeitonas!

Apanhou-se azeitonas, deitou-se bolotas ao chão e fez-se a Ana andar, andar, ... "falta muito para chegar à estrada?", "Ai, o que era aquilo?!" (era uma lebre)
Vimos cogumelos laranja, muitos troncos a apodrecer e imensos carvalhos a crescer.
Lá de cima vimos a vista e respirámos o bom ar.
Vociferámos com os malandros que ainda não sabem distinguir um caixote do lixo de floresta.
Voltámos a pôr as telhas no sítio, encostámos as portas e as janelas que conseguimos e dissemos até já.


domingo, 24 de outubro de 2010

Fonte da Pipa com novo seguidor?

Creio que meio mundo que conhecemos já sabe que a Ana está novamente grávida. Por isso só falta a outra metade saber. Não sendo o propósito dar a conhecer novidades tão importantes num blog, preciso de agradecer, à mulher que carrega o nosso bem querer concentrado, a sua força e generosidade. E agradecer não sei bem a quem por um período que não tem sido fácil, mas que é cheio de graças. Os últimos meses têm sido extraordinários, cheios de realizções. Naturalmente que as criaturas insatisfeitas que habitam o nosso íntimo vão rapidamente à procura do próximo desafio. Mas se eu estivesse junto dos meus acho que seria uma boa altura para parar por um instante, olhar à volta e deixar-me contaminar por estas boas coisas. Contemplar. Não que se tenha chegado ao fim de nada. Mas porque sabe bem o que conquistámos.

domingo, 12 de setembro de 2010

Nem só de terra vive o homem


Hoje ocorre-me que há um momento das nossas vidas em que nos cortam a raiz. Num blog em que já se partilhou algumas coisas e histórias sobre terra, achei que deveria lembrar que também estivemos ligados a outra terra, noutro tempo em que somos mais parecidos com os carvalhos ou os repolhos. Não são saudades, mas a curiosidade de imaginar que estes nós dos caules cortados andam à procura de germinar outra vez, como se de um nó se fizesse nova árvore. São outras terras, ainda mais benditas.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

entra Agosto


Sou um emigrante. Licenciado e tal, mas mesmo assim emigrante. A quinta já tem um claro sinal de que foi ocupada por outros emigrantes. Falo das duas palmeiras junto à capela. Não sendo nativas da Beira Baixa, fica a curiosidade de terem sido trazidas pelo Padre Sarafana, o ilustre proprietário da quinta, o qual foi missionário em África e de lá quis trazer um dos seus símbolos.

Podia ter sido outra coisa que não uma palmeira: um django, um embondeiro, um mamoeiro, uma cubata... por mim ficava-me pelo django, como o meu símbolo de uma emigração marcante. Um bem pontiagudo que as primeiras chuvas e ventos certamente fariam num caco. Agora as palmeiras... de seres alienígenas passaram a seres com carisma, porque nasceram numa qualquer aldeia (da agora CPLP) e resistem aos invernos mais rigorosos. O Verão deve ser a única altura em que se lembram da sua terra mãe, porque esta terra é por enquanto um pouco mais pobre do que a sua. Mas que vai sendo apesar disso generosa. Como generosa é a sombra que já nos deu (na foto, o almoço da task force do buraco no telhado).

domingo, 25 de julho de 2010

mudança de paradigma


apercebi-me hoje que, por termos comprado uma quinta, estou mais perto de receber no próximo natal um estilhaçador de galhos do que um vestido novo ou a wii que tanto sonhei.

ponto positivo: pode não parecer, mas é uma máquina muito sexy



sábado, 24 de julho de 2010

a graus de distância

uns quantos paralelos mais abaixo (em Luanda) pensa-se na quinta.
como sei escrever de olhos fechados, consigo escrever enquanto visualizo o prado grande antes de chegar ao rio.
contabilizo na minha cabeça mais uma tarefa que ficou por fazer na última visita: rebolar desde o topo ao final, esmagar debaixo de mim umas ervas compridas, e ganhar no cabelo pólen suficiente para que o nuno espirre o resto do dia.
lembro-me do "where the wild things are" e sinto-me mesmo feliz por ter um local onde posso brincar assim, correr, gritar, grunhar, ser bicho, dispersar a energia e adormecer de seguida: bum bum bum bum, de coração encostado à terra e aos bichinhos de contas.

domingo, 18 de julho de 2010

encantamento

saímos pela porta como se tivessemos acabado de acordar e seguimos para o bosque à procura.
é generoso e deixou-nos felizes. cogumelos e bagas.
estavamos prontos para tudo. podia começar o Inverno que continuariamos felizes.
amo a ponte que nos une.
as minhas mãos já nasceram deste tamanho e agora sei o que fazer com elas.










































sexta-feira, 16 de julho de 2010

do salto alto para a galocha

sendo a mais urbanita do grupo convém ser honesta neste blog dizer que os momentos mais importantes da caminhada têm sido a escolha e compra de galochas. felizmente as ditas voltaram à moda em várias cores e padrões tornando toda esta minha adesão a este movimento pro-ruralidade muito mais facilitado.
assim sendo, já tenho dois pares (umas pretas design e as vermelhitas às bolinhas da imagem ao lado) e estabeleci como desafio pessoal tornar-me a imelda marcos das galochas (nota pessoal: reservar o sotão do palacete para gestão do stock das ditas).
o manuel costa diz mãos à obra, eu digo pé na galocha!

PS nr 37, mas não gosto de caveiras

Só mais um cheirinho


Como estou quase de partida para a capital Angolana, onde a net é significativamente mais lenta, aproveito para descarregar mais uns bits e bytes de foto para recordação de outros dias passados, enquanto não regressamos a Portugal para criar novas memórias.

Esta remonta ao final da Primavera, quando o pólen no ar era insustentável para o meu nariz angolano. (Abril/Maio 2010)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Diário de bordo


A fonte da pipa já existe há mais de mil anos.
A fonte da pipa já existe há quase um ano para nós.
É tempo de começar a descrever tudo o que tem sido esta experiência para nós. Comprar o espaço foi o mais fácil. Pelo menos assim parece. Povoá-lo, protegê-lo, conservá-lo, fazê-lo florescer - esses são os grandes desafios. São às centenas as ideias que fluem das nossas mentes para o espaço.

Neste ano já se passaram algumas coisas que infelizmente a nossa preguiça colectiva nos impediu de documentar como deve ser. A saber:
- a primeira vez que vimos a fonte da pipa
- a compra da fonte da pipa
- a reparação do buraco no telhado da casa principal
- o assalto permanente às silvas
- a primeira plantação de árvores
- a primeira limpeza de mato
- o piquenique de 3 de julho no leito do rio
- e outras mais

A foto é de Maio deste ano, da limpeza da mata (uma milionésima parte dela, pelo menos).

Abreijos,

Nuno