quarta-feira, 4 de agosto de 2010

entra Agosto


Sou um emigrante. Licenciado e tal, mas mesmo assim emigrante. A quinta já tem um claro sinal de que foi ocupada por outros emigrantes. Falo das duas palmeiras junto à capela. Não sendo nativas da Beira Baixa, fica a curiosidade de terem sido trazidas pelo Padre Sarafana, o ilustre proprietário da quinta, o qual foi missionário em África e de lá quis trazer um dos seus símbolos.

Podia ter sido outra coisa que não uma palmeira: um django, um embondeiro, um mamoeiro, uma cubata... por mim ficava-me pelo django, como o meu símbolo de uma emigração marcante. Um bem pontiagudo que as primeiras chuvas e ventos certamente fariam num caco. Agora as palmeiras... de seres alienígenas passaram a seres com carisma, porque nasceram numa qualquer aldeia (da agora CPLP) e resistem aos invernos mais rigorosos. O Verão deve ser a única altura em que se lembram da sua terra mãe, porque esta terra é por enquanto um pouco mais pobre do que a sua. Mas que vai sendo apesar disso generosa. Como generosa é a sombra que já nos deu (na foto, o almoço da task force do buraco no telhado).